O ONIBUS ESPACIAL 2.3: SISTEMAS – DESCRIÇÃO NÍVEL 2

Marcos Pontes
29/09/2007

Sistema de propulsão III

Os três motores principais são foguetes de prolpelente líquido reutilizáveis, de alta performance, e com empuxo vetorado. O combustível utilizado é o hidrogênio líquido e o oxidante é o oxigênio líquido. Os dois propelentes são carregados em recipientes separados, dentro do tanque externo, e são alimentados aos motores principais sob pressão.
A unidade de controle de empuxo vetorado recebe comandos dos computadores de bordo (GPCs) e transmitem comandos para os atuadores hidráulicos das tubeiras. As unidades eletrônicas de controle são montadas na baía de aviônicos na parte traseira da fuselagem.
Os atuadores hidráulicos são utilizados para movimentar as tubeiras (variar a direção do empuxo). Existem dois servoatuadores por motor, um para arfagem e outro para guinada. Eles convertem os sinais eletrônicos em posição na sua servoválvula que irá, então direcionar a pressão hidráulica para o respectivo pistão que movimenta a tubeira. O status de pressão de cada servoválvula é transmitido de volta para as unidades eletrônicas de controle de empuxo vetorado. Se houver um “desalinhamento” entre a posição da válvula e o comando transmitido, os computadores consideram aquele atuador inoperante.
O sistema de controle e gerenciamento de propelente consiste de linhas de distribuição, válvulas e sensores pelos quais os propelentes líquidos passam do tanque externo para os motores principais e os propelentes gasosos dos motores principais para o tanque externo. Os propelentes gasosos são usados para pressurizar o tanque externo. Todas as válvulas e sensores do sistema são controlados pelos computadores de bordo (GPCs) e são comandadas e atuadas elétrica ou pneumaticamente.
O sistema de hélio dos motores principais consiste de uma série de tanques, reguladores de pressão, linhas de distribuição, válvulas e sensores. O sistema fornece o gás hélio que é usado para: limpar o selo intermediário da turbo-bomba de alta pressão de oxigênio e o pré-queimador, para atuar as válvulas pneumáticas e para pressurizar as linhas de propelentes antes da reentrada.
OK pessoal! Acho que já chega de sistema de propulsão!
Gostaria de aproveitar e registrar aqui a minha satisfação em ver tantas comemorações no Brasil, na semana passada, pelos 50 anos do lançamento do Sputinik. Realmente temos muito que comemorar pelo sucesso do trabalho realizado pela humanidade na pesquisa espacial.

Um grande abraço,

Marcos Pontes

Marcos Pontes
Colunista, professor e primeiro astronauta profissional lusófono a orbitar o planeta, de família humilde, começou como eletricista aprendiz da RFFSA aos 14 anos, em Bauru (SP), para se tornar oficial aviador da Força Aérea Brasileira (FAB), piloto de caça, instrutor, líder de esquadrilha, engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), piloto de testes de aeronaves do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), mestre em Engenharia de Sistemas graduado pela Naval Postgraduate School (NPS USNAVY, Monterey - CA).

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